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  • Foto do escritorDr Bernardo Gribel

Ruptura do Bíceps Distal

Atualizado: 22 de mar. de 2023

A lesão do tendão do bíceps distal ou ruptura do bíceps no cotovelo representa apenas 3-5% de todos os casos ruptura desse tendão, porém é uma lesão encontrada com frequência em pacientes jovens e ativos, sendo cada vez mais comum no consultório e na emergência ortopédica.


Com quem acontece?

Na grande maioria das vezes ela acontece em homens, entre 30-50 anos, ativos, praticantes de atividades física (musculação, lutas etc)


Alguns fatores aumentam o risco dessa lesão:

- Tabagismo (7,5x mais comum que na população não fumante);

- Histórico de uso de esteroides; anabolizantes ou uso crônico de corticoides;



Como acontece a lesão?

Nesse caso, o bíceps rompe na sua porção próxima ao cotovelo geralmente durante movimento de carga excêntrica, ou seja, no momento em que esticamos o nosso cotovelo fazendo força de contração do músculo bíceps.


Por exemplo, durante o movimento de rosca bíceps na musculação ou resistindo a uma chave de braço jiu-jitsu.


O que o paciente sente?

No momento da lesão ocorre uma dor súbita uma verdadeira de sensação de ruptura ou "rasgo", que pode vir acompanhado de um estalo na região do cotovelo e perda de força.

Naqueles mais magros e musculosos, muitas vezes é possível já ver um encurtamento do bíceps (se comparado com o lado não lesionado) e com alguns dias, pode se iniciar um surgimento de hematoma na região.


Atenção: a melhora da dor e movimentação normal do cotovelo acontecem e não descartam, de forma alguma, a existência de lesão completa do tendão!


Como identificar

O diagnóstico é feito através da história do paciente e examefísico pelo ortopedista especialista em Ombro e Cotovelo.


Como aos a lesão?vel identificar a lesão, e, quando necessário, podem ser solicitados exames de imagem (como a ressonância magnética ao lado) para confirmar a ruptura e dar mais detalhes sobre o tipo de lesão, retração do tendão e possíveis lesões associadas



Qual o tratamento?

Apesar de não comprometer completamente a mobilidade do cotovelo, as rupturas completas do tendão do bíceps distal geram perdas funcionais importantes para o paciente jovem e ativo, e, por esse motivo, são de tratamento cirúrgico na imensa maioria dos casos.


Além da deformidade, que tende a ficar mais visível e grosseira com o tempo, há perda de força do cotovelo nos movimentos de flexão (dobrar o cotovelo) e principalmente supinação (girar a palma da mão para cima, abrir maçanetas ou frascos em conserva).


A cirurgia dever ser realizada com URGÊNCIA! Atrasar muito o procedimento cirúrgico está relacionado a piores resultados e até incapacidade de reparar a lesão.



Como funciona a cirurgia

Existem inúmeras técnicas cirúrgicas descritas para o tratamento das lesões do bíceps, cada uma com sua vantagem e preferência do cirurgião.


A minha preferência é pela técnica de acesso único e reinserção do tendão através de endobutton ajustável. Essa, além de moderna, permite grande segurança na fixação do tendão e um ótimo resultado estético.


Durante o procedimento cirúrgico, através de uma pequena incisão recuperamos o tendão rompido, limpamos e preparamos ele para depois reinseri-lo novamente na tuberosidade do rádio. Essa reinserção é feita através de um túnel ósseo, onde o tendão sutura por um fio muito resistente é reparo e preso ao osso através do endubutton (Butão ajustável).


Recuperação pós operatória

Apesar de um pouco incômoda no início, a recuperação pós operatória das rupturas de bíceps distal é uma das mais rápida da ortopedia.


O paciente fica imobilizado com uma tala ou tipoia americana nas primeiras semanas. Essa imobilização e tempo pode variar de acordo com o aspecto e fragilidade do tendão rompido e força do reparo ultilizado. Nesse primeiro momento, movimentos de dedos, punho e ombro são liberados, além de alguns movimentos leves do cotovelo que permitem que o paciente desempenhe sem problema atividades do dia-a-dia como escovar os dentes, lavar a cabeça, fazer higiene pessoal etc.


Com 04 semanas, retiramos totalmente a imobilização e iniciamos o processo de reabilitação gradual com um fisioterapeuta especializado. Já com 3 meses da cirurgia, o paciente encontra-se apto a retornar completamente às suas atividades esportivas.



Complicações

Assim como qualquer procedimento cirúrgico, sempre existem sim chance de problemas ou complicações. Apesar de bastante incomuns, é importante salientar que: infecções, re-rupturas, alterações dos nervos (nervo cutâneo lateral do antebraço e interósseo posterior) ou surgimento de ossificação heterotópica e sinostose podem ocorrer.



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